Mostra de animação francesa - Cinemateca (2011) Deoos TV

O mês de julho está com uma excelente programação de festivais e mostras de animação. Uma das mostras em destaque é a História da Animação Francesa, que apresenta desde Fantasmagoria, curta-metragem realizado em 1908, considerado o primeiro produto audiovisual de animação a Um Gato em Paris, última produção francesa do gênero, passando por outros grandes marcos da criatividade francesa como Planeta Fantástico, que será re-exibido no festival Anima Mundi deste ano.

Destaco aqui, que devido à procedência das cópias, haverá filmes em versão dublada, original com legendas e alguns em sua versão original em francês, sem legendas. Porém, em função da pouca quantidade de diálogos, a ausência dessas legendas não devem impedir a compreensão do público que não domina o idioma, devido a narrativa das imagens dos trabalhos.

A mostra não trata de forma completa a história da animação francesa, pois tem mais de um século de registro. Porém, a mostra oferece uma visão bem abrangente sobre a evolução do gênero e dos grandes realizadores que surgiram durante todo este período. Esta mostra é uma boa dica para quem gosta ou já é apaixonado pela arte e criatividade francesa na animação.

Confira abaixo informações sobre todos os filmes que serão exibidos na mostra

Asterix, o gaulês (Asterix le Gaulois), de Ray Goossens

França/Bélgica, 1967, 35mm, cor, 68' | Dublado em português | Exibição em DVD
No ano de 50 a.C., a Gália é ocupada pelos romanos. Mas a pequena vila onde vivem Asterix, Obelix e seus amigos ainda resiste, graças à ajuda de uma poção mágica que lhes dá força sobre-humana. Desesperado para descobrir a poção secreta dos gauleses, um centenário romano passa a espionar a vila com o objetivo de se tornar invencível e acabar com qualquer obstáculo entre ele e o trono de César. Mas Panoramix, o druida da vila, prepara uma poção especial para o vilão... Primeira versão em desenho animado para as aventuras da mais famosa dupla de personagens das histórias em quadrinhos francesas, Asterix e Obelix, criada por René Goscinny e Albert Uderzo.

Até os patos vão para o paraíso (Même les pigeons vont au paradis), de Samuel Tourneux

França, 2007, 35mm, cor, 9' | Legendas em português | Exibição em DVD
Depois de uma corrida alucinada para salvar uma alma em perigo, um padre apresenta ao resgatado uma oferta inusitada: comprar uma cápsula especial capaz de levá-lo ao paraíso. Quando o negócio está prestes a ser fechado, alguém bate à porta... Exibido como complemento à sessão do longa-metragem O Cão, o general e os pássaros.

As Aventuras de Azur e Asmar (Azur et Asmar), de Michel Ocelot

França/Bélgica/Espanha/Itália, 2006, 35mm, cor, 99' | Dublado em português
Embora um deles seja louro de olhos azuis, filho de nobres, e o outro, moreno de olhos pretos, Azur e Asmar foram criados como irmãos pela mãe do segundo, ama-de-leite de Azur, que sempre os fascinou com suas histórias sobre a Fada dos Djins. Eles são forçados a se separar quando a mulher parte levando seu filho. Já adulto, Asmar decide partir à procura da lendária Fada. Quando Azur e Asmar se reencontram, descobrem que são agora rivais na busca pela Fada, que os leva numa perigosa viagem através do reino encantado do Maghreb. Do mesmo diretor dos longas-metragens Príncipes e princesas e Kirikou e a feiticeira, também em exibição nesta mostra.

As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville), de Sylvain Chomet

França/Canadá/Bélgica, 2003, 35mm, cor, 82’ | Sem diálogos
Quando o jovem e solitário Champion é sequestrado durante o Tour de France, a maior competição mundial de ciclismo, sua avó portuguesa, Madame Souza, e seu cachorro Bruno partem em sua busca, indo parar numa megalópole além do oceano chamada Belleville. Lá, eles recebem a ajuda das Trigêmeas de Belleville, três senhoras de hábitos muito esquisitos que foram cantoras de cabaré nos anos 1930. Indicado a dois Oscars: Melhor Animação de Longa-Metragem e Melhor Canção Original. Do mesmo diretor do longa-metragem O Mágico, também em exibição nesta mostra.

O Cão, o general e os pássaros (Le Chien, le général et les oiseaux), de Francis Nielsen

Há muito tempo, um jovem general russo sacrificou os pássaros para incendiar Moscou e salvar o seu país da invasão de Napoleão, tornando-se um herói nacional. Mas, durante a reconstrução, o general não consegue ter descanso, perseguido e assombrado pela memória dos pássaros em chamas e atacado sempre que sai à rua por todos os pássaros da cidade onde vive. Felizmente, o acaso faz com que cruze seu caminho um cão extraordinário, que vai transformar os seus pesadelos em sonhos mágicos, cheios de humor e poesia. Pouco conhecida no Brasil, esta animação de longa-metragem conta com roteiro original de Tonino Guerra e narração em francês do ator Philippe Noiret (de Cinema Paradiso).

Os Caramujos (Les Escargots), de René Laloux

França, 1966, 35mm, cor, 10’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Um camponês descobre um artifício para fazer suas alfaces crescerem desmedidamente, mas precisa enfrentar famintos caramujos. Vencedor de vários prêmios de animação, este curta-metragem revelou o diretor René Laloux (1929-2004), que sempre trabalhou com animação e ficção científica e ganhou prêmio especial em Cannes em 1973, com Planeta fantástico(La Planète sauvage), pelo qual também foi indicado à Palma de Ouro. Exibido como complemento à sessão de outro longa-metragem do diretor também incluído nesta mostra, O Garoto do espaço.

Chronopolis, de Piotr Kamler

França/Polônia, 1983, 35mm, cor, 62’ | Versão original em francês, sem legendas | Exibição em 16mm
Com uma narrativa puramente visual, sem diálogos, esta animação em stop-motion conta a história de Chronopolis, uma imensa cidade perdida no espaço cujos habitantes têm por única ocupação fabricar tempo. Desta forma, eles criam momentos de todos os tipos, com os quais se dedicam a jogos enigmáticos. Apresentado originalmente em 1983, com 62 minutos de duração, o filme foi remontando pelo próprio autor e relançado, em 1988, com dez minutos a menos. Apesar de não conter diálogos, o filme se inicia com uma breve narração em francês do ator Michael Lonsdale, introduzindo a história. Como este trecho inicial é a única parte do filme em que há falas, a ausência de legendas em português não deve comprometer a fruição da obra por parte do público que não domine o idioma francês, uma vez que o espetáculo visual, de estilo absolutamente único, é a grande atração do filme.

Um Coração para emergências (Coeur de secours), de Piotr Kamler

França, 1974, 35mm, cor, 9’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Fábula sobre o tempo com toques surreais e muita poesia, premiada no Festival de Cracóvia. O diretor Piotr Kamler, polonês radicado na França, dedicou-se aos estudos das relações entre sons e imagens em filmes artesanais de histórias insólitas. Ganhou diversos prêmios e foi nomeado, em 1975, Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras da França. Exibido como complemento à sessão de um longa-metragem do diretor também incluído nesta mostra, Chronopolis.

As Fabulosas aventuras do lendário Barão de Munchausen (Les Fabuleuses aventures du légendaire Baron de Munchausen), de Jean Image

França, 1979, 35mm, cor, 78’ | Legendas em português
Desenho animado baseado no célebre romance de toques surrealistas escrito por Rudolf Erich Raspe no século XVIII, sobre as aventuras do militar russo Karl Friedrich Hieronymus, que viveu entre 1720 e 1797 e celebrizou-se como “o maior mentiroso de todos os tempos” por conta de suas narrativas fantásticas. O personagem, cuja vida se confunde com a ficção, participou de duas árduas campanhas contra os turcos e celebrizou-se por suas anedotas sobre guerras, caçadas e viagens, retocadas com as mais extravagantes mentiras sobre companheiros de poderes sobre-humanos, sua viagem à lua, seu voo numa bala de canhão e seus encontros com sereias e outros seres mitológicos. Do mesmo diretor do longa-metragem Pluk, naufragé de l’espace, também em exibição nesta mostra.

Fantasmagoria (Fantasmagorie), de Émile Cohl

França, 1908, 35mm, pb, 2’ | Silencioso | Sem intertítulos | Exibição em Beta digital
Primeiro filme de animação da história do cinema, constitui-se de uma série de transformações de figuras desenhadas com traços brancos e finos sobre um fundo negro, que têm por cenário o universo do circo e do teatro de ‘vaudeville’. Exibido, juntamente com outros curtas pioneiros de Émile Cohl, como complemento à sessão do longa-metragem A Criança invisível.

O Garoto do espaço (Les Maitres du temps), de René Laloux

França/Suíça/Alemanha/Hungria, 1982, 35mm, cor, 78' | Legendas em português
Piel, um menino de 7 ou 8 anos de idade, está sozinho no planeta deserto chamado Perdide, sendo o único sobrevivente de um ataque de gigantes que vitimou seu pai. Atendendo ao seu pedido de ajuda, um amigo entra em contato com ele e cruza o espaço em direção ao planeta para resgatá-lo. Livremente inspirado no romance de ficção-científica L'Orphelin de Perdide, de Stefan Wul, o filme conta com roteiro e desenhos originais do famoso ilustrador e cartunista francês Moebius. Um dos menos conhecidos filmes do premiado diretor René Laloux, responsável pelos longas-metragens Planeta fantásticoe Gandahar e pelo curta Os Caramujos, também em exibição nesta mostra.

Kirikou e a feiticeira (Kirikou et la sorcière), de Michel Ocelot

França/Bélgica/Luxemburgo, 1998, 35mm, cor, 72' | Legendas em português
Kirikou é um garoto pequeno, mas muito inteligente e com dons especiais, que nasceu em uma pequena aldeia sob a maldição de uma cruel feiticeira, que secou as fontes de água e seqüestrou todos os homens da região. Encontrando amigos e seres fantásticos pelo caminho, Kirikou resolve combater a malvada feiticeira para salvar sua aldeia. História baseada em uma lenda da África Ocidental. Vencedor do Grande Prêmio do Festival International du Film d'Animation de Annecy. Do mesmo diretor dos longas-metragens Príncipes e princesas e As Aventuras de Azur e Asmar, o filme teve uma continuação, Kirikou – Os Animais selvagens, também em exibição nesta mostra.

Kirikou – Os Animais selvagens (Kirikou et les bêtes sauvages), de Bénédicte Galup e Michel Ocelot

França, 2005, 35mm, cor, 75’ | Dublado em português
Do fundo da sua Caverna Azul, o Avô de Kirikou declara: "a história de Kirikou continua. No primeiro filme, não havia tempo para contar tudo o que Kirikou conseguiu fazer. Meu neto viveu muitas coisas legais, que não devemos esquecer. Ouça, então, enquanto eu conto a você mais histórias sobre Kirikou..." Assim o avô de Kirikou começa a narrar como o esperto menininho aprendeu a ser jardineiro, detetive, artesão, comerciante, viajante e doutor, enquanto continuou a ser o menor e o mais bravo dos heróis. Do mesmo diretor dos longas-metragens Príncipes e princesas e As Aventuras de Azur e Asmar, o filme é uma continuação do sucesso Kirikou e a feiticeira, também em exibição nesta mostra.

O Ladrão de para-raios (Le Voleur de paratonnerres), de Paul Grimault

França, 1944, 35mm, cor, 10’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Uma perseguição frenética a um astuto ladrão de pára-raios, cujas pontas são feitas de platina. Vencedor do prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival de Veneza de 1946. Seu diretor, Paul Grimault (1905-1994), foi um dos mais importantes animadores da França, fundador da primeira companhia de animação européia, e responsável por muitos filmes de animação tradicional, de estilo satírico e lírico, como O Rei e o pássaro, também exibido nesta mostra, cuja sessão este curta complementa.

Linha da vida (Ligne de vie), de Serge Avedikian

França, 2003, pb/cor, vídeo digital, 12’ | Legendas em português | Exibição em DVD
A chegada de um prisioneiro a um campo de concentração e o poder de seus desenhos. Nascido na Armênia em 1955, o diretor Serge Avedikian mudou-se para Paris em 1971, onde trabalhou como autor, diretor e ator de teatro, cinema e televisão, antes de se consagrar com a animação História cadela (Chienne d'histoire), vencedora da Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem no Festival de Cannes de 2010. Exibido como complemento à sessão do longa-metragem O Mágico.

Lucky Luke – Daisy Town, de René Goscinny

França/Bélgica, 1971, 35mm, cor, 72' | Dublado em português | Exibição em DVD
Primeiro desenho animado a adaptar para o cinema as aventuras do popular personagem de histórias em quadrinhos franco-belga Lucky Luke, um caubói destemido, sortudo e “mais rápido que a própria sombra”, criado pelo cartunista belga Morris, que teve algumas de suas mais famosas histórias escritas por René Goscinny, responsável por esta adaptação cinematográfica e um dos criadores de outro inesquecível personagem dos quadrinhos franceses, Asterix. Aqui, o caubói vai parar na simpática Daisy Town, aonde é chamado para combater os bandidos que estão prestes a dominar a cidade.

O Mágico (L'Illusionniste), de Sylvain Chomet

França/Inglaterra, 2010, 35mm, cor, 87' | Sem diálogos
Um velho ilusionista em decadência vê a ‘cena’ do teatro de variedades ser roubada por estrelas emergentes do rock. Forçado a aceitar tarefas cada vez mais obscuras, como se apresentar em bares falidos e festas no jardim, ele conhece uma jovem fã que muda sua vida para sempre. Indicado ao Oscar de Melhor Longa-Metragem de Animação em 2010, o filme é uma adaptação em formato de desenho animado do último roteiro escrito pelo ator e diretor Jacques Tati, que permanecia inédito desde a sua morte. Um ícone da comédia francesa, Tati inspira não só o clima geral do filme, que repete a quase total ausência de diálogos dos seus clássicos, como também o visual e os gestos do protagonista. Do mesmo diretor do longa-metragem As Bicicletas de Belleville, também em exibição nesta mostra.

Persépolis (Persepolis), de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi

França/EUA, 2007, 35mm, pb/cor, 96' | Legendas em português
A trajetória de uma jovem que cresceu no Irã durante a Revolução Islâmica, dos 9 anos de idade, quando começa a manifestar sua insatisfação com as rígidas regras a que é submetida, até os 22 anos, quando é expatriada e vai estudar arte na França. Baseada na história em quadrinhos autobiográfica de Marjane Satrapi, publicada em formato de ‘graphic novel’, esta adaptação tornou-se um sucesso mundial de público e crítica, conquistando muitos prêmios internacionais importantes, como o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, os prêmios César de Melhor Filme de Estreia e Melhor Roteiro Adaptado e o prêmio do público de Melhor Filme Estrangeiro da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Foi ainda indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira e ao Oscar de Melhor Longa-Metragem de Animação. Na versão original em francês, em exibição nesta mostra, as vozes dos personagens são dubladas por grandes astros como Chiara Mastroianni e Catherine Deneuve.

Pluk, naufragé de l’espace, de Jean Image

França, 1979, 35mm, cor, 74’ | Versão original em francês, sem legendas | Exibição em 16mm
Pluk, um estranho robô alienígena, é o único sobrevivente do ataque à nave especial em que viajava por cruéis conquistadores espaciais. Perdido na galáxia, ele acaba vindo parar na Terra, onde conhece um jovem gênio da ciência que, juntamente com sua namorada e seu esperto cachorro, pretende embarcar numa viagem interplanetária na nave que ele mesmo construiu. Pluk o ajuda a terminar a embarcação e, em troca, embarca com eles numa viagem intergaláctica em busca de sua nave. É o início de uma grande aventura espacial, na qual os quatro heróis enfrentarão um misterioso pássaro-fantasma, monstros e uma raça de robôs espaciais. Um dos mais famosos e queridos longas-metragens do diretor Jean Image, o filme jamais foi lançado no Brasil e será exibido em cópia original, sem legendas em português.

Potr’ e a filha das águas (Potr’ et la fille des eaux), de Jean-François Laguionie

França, 1974, 35mm, cor, 12’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Através do amor, um pescador e uma sereia tentam superar suas diferenças. Adaptação do popular conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen, levado às telas inúmeras vezes, inclusive pelos estúdios de Walt Disney. O diretor, Jean-François Laguionie, trabalhou com o mestre Paul Grimault em muitas de suas animações e ganhou a Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem em Cannes, em 1978, com A Travessia a remo do Atlântico (La Traversée de l’Atlantique à la rame). Dirigiu também longas-metragens de animação como O Castelo dos Macacos (Le Château des Singes) e A Ilha de Black Mor, também exibido nesta mostra, cuja sessão é complementada por este curta.

A Profecia dos sapos (La Prophetie des grenouilles), de Jacques-Rémy Girerd

França, 2003, 35mm, cor, 87’ | Dublado em português
Os sapos tentam alertar os humanos sobre a vinda de um novo dilúvio de 40 dias, mas são ignorados. As tempestades começam e um casal de idosos, juntamente com seu netinho e uma amiga dele, procura abrigo em um celeiro enorme, que acaba se transformando uma espécie de Arca de Noé improvisada. Nessa inacreditável casa flutuante, eles reúnem todos os animais da fazenda e também os bichos do zoológico da vizinhança. O problema, então, passa a ser a convivência, num espaço mínimo, com pouca comida, entre animais carnívoros e herbívoros. Grande sucesso mundial de bilheteria, esta animação à moda antiga conquistou um Urso de Cristal, menção honrosa do Festival de Berlim, além de inúmeros prêmios nos principais festivais de cinema de animação e de cinema infanto-juvenil do mundo.

O Rei e o pássaro (Le Roi et l'oiseau), de Paul Grimault

França, 1980, 35mm, cor, 87' | Dublado em português
Num reino chamado Taquicardia, o vaidoso e caprichoso rei adora cometer a crueldade que é caçar passarinhos, mesmo tendo uma péssima pontaria. Como todo rei, ele também tem um bando de súditos falsos que vivem bajulando-o e fazendo de tudo para que as suas vontades sejam feitas e suas ordens cumpridas em todos os mínimos detalhes. Porém, durante uma enigmática noite, as estátuas e os personagens dos quadros do castelo do Rei ganham vida e passam a ameaçar sua tranquilidade. Baseado em fábula de Hans Christian Andersen, este clássico da animação francesa teve seu roteiro escrito pelo aclamado Jacques Prévert, responsável por, dentre muitos outros, O Boulevard do Crime e Os Visitantes da noite. Do mesmo diretor do curta-metragem O Ladrão de pára-raios, exibido como complemento desta sessão.

Renaissance, de Christian Volckman

França/Inglaterra/Luxemburgo, 2006, 35mm, pb, 105’ | Legendas em português
Trama policial futurística ambientada na Paris do ano 2054, após a cidade ter sido transformada num labirinto onde todas as ações dos habitantes são monitoradas e gravadas por câmeras. Isolada do resto do mundo, a cidade é agora controlada por uma corporação chamada Avalon, fabricante de um exclusivo produto que promete beleza e juventude aos usuários. Neste cenário distópico, um policial durão, famoso por supostamente encontrar qualquer pessoa a qualquer preço, investiga o desaparecimento de uma famosa cientista.
Com nítidas influências de filmes como Metropolis, Blade Runner e Sin City, trata-se de uma inusitada mistura de ficção-científica com ‘film noir’, em formato de animação. Falado em inglês, o filme conta com as vozes de astros como Daniel Craig, Catherine McCormack, Ian Holm, Jonathan Pryce e Romola Garai.

O Sonho de um garçom de café (Le Songe d'un garçon de café), de Émile Cohl

França, 1910, 35mm, pb, 5’ | Silencioso | Sem intertítulos
Durante o expediente, o garçom de um café se senta numa cadeira no canto do salão, adormece e tem um sonho muito estranho, povoado por moedas, insetos, utensílios de cozinha, tonéis e garrafas de vinho, cerveja e absinto, em que seu corpo sofre diversas mutações, ilustrando os efeitos das diferentes bebidas alcoólicas. Numa técnica muito comum no filmes de Émile Cohl, o filme mistura sequencias filmadas com atores a outras em desenho animado. Exibido, juntamente com outros curtas pioneiros de Émile Cohl, como complemento à sessão do longa-metragem A Criança invisível.

Os Três inventores (Les Trois inventeurs), de Michel Ocelot

França, 1980, 35mm, cor, 13’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Três inventores concebem máquinas belas e úteis, mas são perseguidos como bruxos. Segundo o diretor, “esta história é uma espécie de homenagem a todos os pesquisadores que se devotaram e foram maltratados e às vezes mortos”. Filme de estreia do realizador, que já exibe aqui a técnica de emulação do teatro de sombras que ele reproduziria em seu longa-metragem Príncipes e princesas. Ocelot recebeu um César de Melhor Curta-Metragem de Animação, em 1983, por La Légende du pauvre bossu e, em 2007, produziu para Björk o clipe Earth intruders, do álbum Volta, mas é mais conhecido por longas-metragens de sucesso, todos incluídos nesta mostra, como: As Aventuras de Azur e Asmar,Kirikou – Os Animais selvagens e Kirikou e a feiticeira, cuja sessão este curta complementa.

A Criança invisível (L’Enfant invisible), de André Lindon

França, 1983, 35mm, cor, 65' | Sem diálogos | Exibição em 16mm
Durante suas férias de verão na praia, um garotinho escapa da solidão ao fazer amizade com uma misteriosa menina transparente, visível apenas para ele. Animação que seduz por sua originalidade e sua simplicidade poética, o filme demorou quase dez anos para ser concluído e recebeu o Prêmio da Crítica no Festival d'Espinho, em 1984.

A Evolução da cartola (Histoire de chapeaux), de Émile Cohl

França, 1910, 35mm, pb, 5’ | Silencioso | Sem intertítulos
Um passeio pela história da relação entre o homem e seus chapéus. Mistura sequências animadas a outras com atores. Um dos mais conhecidos curtas-metragens do primeiro cineasta de animação francês, Émile Cohl, o filme é exibido, juntamente com outros curtas do autor, como complemento à sessão do longa-metragem A Criança invisível.

A Infância da arte (L'Enfance de l'art), de Émile Cohl

França, 1910, 35mm, pb, 4’ | Silencioso | Sem intertítulos
Três quadros que expõem uma visão bem-humorada da criação artística. No primeiro, pintor tentar fazer o retrato de uma mulher ao ar livre, quando é perturbado por uma fera selvagem que resolve se intrometer em seu processo criativo. No segundo, uma mão humana se transforma em diferentes figuras com apenas alguns riscos e objetos. Por fim, um hexágono desenhado no papel vai se transformando sucessivamente em diversos animais e criaturas quiméricas. Exibido, juntamente com outros curtas pioneiros de Émile Cohl, como complemento à sessão do longa-metragem A Criança invisível.

Naquela época... (À l’epoque), de Nadine Buss

França, 2006, cor, vídeo digital, 8’ | Legendas em português | Exibição em DVD
A história de um garoto alemão que foge para a França com sua mãe após a II Guerra Mundial. Lá, vai morar num bairro famoso pelas "frivolidades" – como ele mesmo diz, referindo-se à prostituição. Solitário, entra no seu próprio mundo de super-heróis e teme que sua identidade de alemã seja descoberta. Exibido como complemento à sessão do longa-metragem Persépolis.

O Pequeno circo de todas as cores (Le Petit cirque de toutes les couleurs), de Jacques-Rémy Girerd (sem video)

França, 1987, 35mm, cor, 7’ | Legendas em português Sem diálogos | Exibição em DVD
Animação em stop-motion, feita com bonecos de massinha, que conta as aventuras de um garoto que tenta embarcar num trem do metrô rumo ao circo, mas não consegue. Frustrado, ele acaba descobrindo um fascinante mundo subterrâneo. Jacques-Rémy Girerd é fundador do Folimage, um dos mais importantes estúdios de animação da França. Seus longas-metragens mais conhecidos são Mia et le migou, vencedor do prêmio de Melhor Longa-Metragem no festival Anima Mundi de 2009, e A Profecia dos sapos, também exibido nesta mostra, de cuja sessão este curta é complemento.

Tudo bem, tudo bem (TSF – Ça va ça va), de Sylvain Chomet e Philippe Leclerc

França, 1990, 35mm, cor, 3’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Vídeo-clipe do quarteto vocal de jazz TSF, mostrando o grupo em férias numa animada viagem pela estrada. É também o primeiro trabalho de animação em curta-metragem de Sylvain Chomet, diretor dos aclamados longas As Bicicletas de Belleville, cuja sessão é complementada por este vídeo, e O Mágico, também incluído nesta mostra.

A Ilha de Black Mor (L'île de Black Mór), de Jean-François Laguionie

França, 2004, 35mm, cor, 85’ | Legendas em português

Em 1803, na costa da Cornualha, um adolescente de quinze anos escapa do orfanato onde vivia como prisioneiro. Ele Ignora o seu verdadeiro nome e tem por única riqueza o mapa de uma ilha do tesouro, caído do livro de Black Mor, um famoso pirata que ele admira. Juntamente com dois saqueadores de barcos, o jovem rouba a embarcação do guarda costeiro e lança-se à procura da misteriosa ilha no outro extremo do Oceano Atlântico. Do mesmo diretor do curta-metragem Potr’ e a filha das águas, também em exibição nesta mostra.

Confira abaixo informações sobre os curtas atuais que serão exibidos na mostra

PROGRAMA CURTAS CONTEMPORÂNEOS 1
sáb 02 16h00 | qui 07 19h00

Contra a parede (Le Dos au mur), de Bruno Collet
França, 2001, 35mm, cor, 7’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
No purgatório dos objetos, um pequeno ser metálico relembra sua existência.

O Corredor (Le Couloir), de Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol
França, 2005, 35mm, cor, 15’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Um casal se encontra em uma grave crise financeira. O homem está sem trabalho e passa seus dias vagando pelas ruas, sem ter mesmo o que comprar para comer...

Uma História vertebral (Une Histoire vertébrale), de Jéremy Clapin
França, 2004, vídeo digital, cor, 9’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
As desventuras de um homem solitário cuja coluna o força a olhar o tempo todo para o chão.

Os Ouvidos não têm pálpebras (Les Oreilles n’ont pas de paupières), de Étienne Chaillou
França, 2005, vídeo digital, cor, 8’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Num cenário inusitado, uma orquestra toca e encanta o público, levando-o a esquecer do sofrimento.

Pássaros brancos, pássaros pretos (Les Oiseaux blancs, les oiseaux noirs), de Florence Miailhe
França, 2003, cor, vídeo digital, 4’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Adaptação de uma fábula africana sobre o bem e o mal, baseada em livro do escritor malinês Amadou Hampaté Bâ.

O Processo (Le Processus), de Philippe Grammaticopoulos
França, 2001, vídeo digital, pb, 8’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Num mundo monocromático, todos os homens seu idênticos em sua aparência, suas roupas, seus gestos e suas rotinas. Porém, quando um homem perde seu chapéu numa porta giratória, esta aparente harmonia é quebrada. A trilha sonora conta com música do grupo norte-americano Nine Inch Nails.

O Programa do dia (Le Programme du jour)
França, 2006, vídeo digital, cor, 9’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Retrato de uma sociedade distópica e uniformizante, em que as pessoas são conhecidas apenas por um número e um “módulo de vida” controla suas rotinas e suas dúvidas. A programação do dia indica uma jornada de atividades sociais. Mas par ao número 42.347, as coisas não sairão conforme o planejado.

A Queda do anjo (La Chute de l’ange), de Geoffroy Barbel-Massin
França, 2005, vídeo digital, pb, 6’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Um anjo deixa cair do céu uma misteriosa mala que é encontrada por um homem.

O Último uivo (Dernier hurlement), de David Devaux
França, 2005, vídeo digital, pb/cor, 8’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Cachorro sonha em se juntar a uma alcatéia de lobos. Animação de pinturas sobre vidro.

PROGRAMA CURTAS CONTEMPORÂNEOS 2
sáb 02 19h00 | qui 14 18h30

A Boneca de Berni (Berni's doll), de Yann Jouette
França, 2008, vídeo digital, pb, 11’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Berni é um jovem e solitário empregado de uma fábrica de ração para gatos e vive num apartamento miserável. Sua vida é tão repetitiva quanto a linha de montagem em que trabalha. Até que um dia, motivado por uma propaganda de televisão, ele vende seu carro para comprar um torso feminino “modelo africano”, anunciado como a solução para homens sem companhia.

Imago, de Cédric Babouche
França/Bélgica, 2005, 35mm, cor, 12’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Incapaz de aceitar a morte de seu pai, vítima de um desastre de avião, um garoto de 8 anos vai finalmente reviver e aceitar essa perda através de um sonho metafórico, no qual seu aviãozinho de brinquedo o leva para um lindo vôo pelos céus – e pelo seu futuro – ao lado de seu pai. Prêmio de Melhor Curta-Metragem da Semana da Crítica no Festival de Cannes de 2005.

Manias (Marottes), de Benoît Razy
França, 2006, vídeo digital, cor, 14’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Depois que seus pais partem numa viagem de alguns dias, uma menina de dez anos fica sozinha com seus dois irmãos, sob os cuidados de uma babá. Durante esta ausência, ela se encontra inúmeras vezes como um menino instável e ocasionalmente violento que mora no mesmo vilarejo. De personalidades, costumes e condição social muito diferentes, a menina e o garoto acabam construindo uma relação pautada pela curiosidade e pelo receio mútuos.

O Moinho (Le Moulin), de Florian Thouret
França, 2005, vídeo digital, cor, 6’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Por causa do amor, um homem provoca distúrbios num vilarejo dominado por um moinho. O diretor foi um dos animadores responsáveis pelo premiado curta-metragem Imago, também incluído nesta mesma sessão.

Ninguém é perfeito (Personne n'est parfait), de Christophe Clamaron
França, 2004, vídeo digital, cor, 15’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Zero 1 é um robô limpador de elite. Todas as manhãs, ele se apresenta no horário em seu local de trabalho, saúda a recepcionista e depois vai limpar a sala da diretoria. Com um zelo inimitável ele esfrega, lustra e persegue cada poeira. Porém, subitamente ele percebe uma enorme mancha no sol. A partir daí, sua obsessão por limpeza é levada às últimas conseqüências.

Over time, de Damien Ferrié, Oury Atlan e Thibaut Berland
(França, 2004, vídeo digital, pb, 5’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Pequenas bonecas de pano encontram seu criador morto em seu atelier. Sem compreender o que verdadeiramente ocorreu, elas tentam reencontrar seu cotidiano junto do morto. Não à toa, os personagens do filme têm seu desenho inspirado pelo do famoso personagem Caco, O Sapo, dos Muppets: o filme foi concebido como uma homenagem póstuma ao criador daquela série, Jim Henson, falecido em 1990.

Pedaços de trem (Bouts en train), de Emilie Sengelin
França, 2006, vídeo digital, cor, 4’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Os passageiros de um trem estão todos imersos em seus pensamentos. De repente, o trem para. Todos se entreolham e as línguas desandam a cantar.

Ponto cego (Blindspot), de Johanna Bessière, Nicolas Chauvelot, Olivier Clert, Cecile Dubois Herry, Yvon Jardel e Simon Rouby
França, 2007, vídeo digital, cor, 3’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Assaltante entra numa loja de conveniência para assaltá-la, mas se envolve com uma velhinha de péssima visão que faz suas compras e acaba frustrando seus planos.

Santa festa (La Saint festin), de Anne-Laure Daffis e Léo Marchand
França, 2007, 35mm, cor, 15’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Para os ogros, o Dia de São Festim é a celebração máxima, quando eles se põem a caçar criancinhas para comer. Para um ogro, porém, será um grande tormento: na véspera do grande dia, um acidente com seus dentes pode por a perder sua diversão. Com imagens construídas pela sobreposição de desenhos bidimensionais, recortes e cenas de filmes antigos, o filme conquistou diversos prêmios em importantes festivais internacionais de curtas-metragens e de cinema de animação.

PROGRAMA CURTAS CONTEMPORÂNEOS 3
dom 03 17h00 | qua 13 17h30

AP 2000, de Aurélien Delpoux e Sébastien Ebzant
França, 2002, vídeo digital, cor, 9’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Parasitas que se alojaram nas costas de um cachorro têm de lutar contra um novo e super-avançado produto antipulgas chamado AP 2000.

A Bela do bosque de ouro (La Belle au bois d’or), de Bernard Palacios
França, 2002, 35mm, cor, 12’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Uma princesa que dorme há muito tempo em um castelo abandonado finalmente acorda.

Clik Clak, de Aurélie Fréchinos, Victor-Emmanuel Moulin e Thomas Wagner
França, 2006, vídeo digital, cor, 6’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Um garoto encontra dois pequenos robôs que falam um idioma muito estranho e se entretém derrubando objetos em seqüência, como dominós.

Dínamo (Dynamo), de Matthieu Goutte, Fabrice Le Nezet e Benjamin Mousquet
França, 2006, vídeo digital, cor, 6’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Duas pequenas criaturas trabalham em direções diferentes para fazer seu planeta girar. Como um dínamo, essa rotação gera luz ao seu mundo. Mas um dia, o sistema emperra...

O Envelope falso (Le Faux pli), de Antoine Arditti, Audrey Delpuech e François-Xavier Lepeintre
França, 2003, vídeo digital, cor, 6’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Num mundo muito parecido com o nosso, não há chão. Tudo é suspenso por cordas: transeuntes, trabalhadores, construções, carros... Neste ambiente inusitado, um jovem vive seu primeiro dia de trabalho.

Para que serve o amor? (A quoi ça sert l’amour?), de Louis Clichy
França, 2003, vídeo digital, pb, 3’ | Sem diálogos | Exibição em DVD
Encontros e desencontros de um casal parisiense ao som de Edith Piaf.

Primeira viagem (Premier voyage), de Grégoire Sivan
França, 2007, 35mm, cor, 10’ | Legendas em português | Exibição em DVD
Chloé e seu pai têm sua primeira conversa real durante uma viagem de trem. Chloé tem dez meses e excesso de energia. Animação em stop-motion, com bonecos de massinha. Indicado ao Prêmio César na categoria Melhor Curta-Metragem.

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8.7.11

Mostra de animação francesa - Cinemateca (2011)

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